Em Goiás: Macacos são encontrados mortos, e Prefeitura suspeita que eles foram atacados por medo da varíola
Um dos animais foi achado com traumas pelo corpo e sobre uma placa na entrada da cidade. Especialistas ressaltam que os macacos não são o reservatório da doença.
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Dois macacos foram encontrados mortos em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, e a prefeitura suspeita que eles foram atacados por moradores devido aos casos da doença chamada varíola dos macacos. Um deles tinha sinais de agressão e estava sobre uma placa de sinalização. Especialistas ressaltam que os macacos não são o reservatório da doença.
Até o último boletim do Ministério da Saúde, do dia 29 de junho, Goiás tinha três casos suspeitos da doença. Os macacos forem encontrados no último sábado (2) e encaminhados para o Centro de Zoonoses para investigação.
“Um deles foi encontrado com sinais de trauma na entrada da cidade, colocado em uma placa. O outro tinha alguns sinais menores de trauma e foi encontrado em um bosque a cerca de 3 km de onde o primeiro foi achado”, disse Isabella Lauria, médica veterinária e chefe de Bem-Estar Animal da Agência Municipal do Meio Ambiente.
A médica infectologista e diretora clínica do Hospital de Doenças Tropicais (HDT) Camila Freire explicou que os macacos não são o reservatório da doença, mas podem pegar o vírus de outras origens.
“O reservatório do vírus ainda é desconhecido, segundo os estudos. Então, se um macaco tem a doença, ele pegou de outras formas, assim como o ser humano”, explicou.
Com isso, a transmissão só seria possível caso houvesse um contato próximo do animal contaminado com o ser humano por meio de lesões, como arranhões ou mordidas.
“O nome de varíola do macaco é inadequada, pois ela foi apenas identificada inicialmente em macacos na África, mas não com eles a doença”, completou a médica.
A Prefeitura de Senador Canedo disse que caso seja identificado que os animais foram mortos por moradores, os responsáveis podem responder pelo crime de maus-tratos.
Transmissão da varíola dos macacos
- Por contato com o vírus: com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.
- De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.
- Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis;
- Da mãe para o feto através da placenta;
- Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele;
- Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.
Sintomas
Os sintomas iniciais costumam ser:
- febre
- dor de cabeça
- dores musculares
- dor nas costas
- gânglios (linfonodos) inchados
- calafrios
- exaustão
Via G1.
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