Economia volta a ficar acima do nível pré-covid, diz Goldman Sachs

A avaliação é do diretor de pesquisa para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramo.

Economia volta a ficar acima do nível pré-covid, diz Goldman Sachs

Depois do recuo de 1,6% em março, na comparação com fevereiro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-br) cresceu 0,4% em abril, abaixo do esperado, mas voltou a ficar acima do nível pré-covid, em fevereiro do ano passado, observa Alberto Ramos, diretor de pesquisa para América Latina do Goldman Sachs, em nota.

O banco estimava alta de 0,8% para o indicador em abril sobre março. O consenso de mercado era de avanço de 1,2%, na série dessazonalizada.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento de 15,9% também ficou abaixo do esperado pelo consenso, de 18,1%.

“Em março e na primeira metade de abril a atividade foi afetada pelo grave surto de covid-19 e a intensificação das medidas para restringir a circulação de pessoas”, escreve Ramos, observando também que, em abril, o nível da atividade ainda estava 6,0% abaixo do pico do ciclo de dezembro de 2013.

A recuperação do setor de serviços, que também subiu menos que o esperado em abril (0,7% sobre março), tem ficado aquém principalmente do comércio ampliado, que avançou 3,8% no período. Mas a expectativa, diz Ramos, é que os serviços mais afetados pela pandemia se recuperem à medida que o programa de vacinação avance.

Com o resultado do IBC-Br divulgado hoje, Ramos calcula que o carregamento estatístico para segundo trimestre é de -0,1%. Assim, se o indicador ficar estável em maio e junho, esta seria a leitura trimestral, na comparação com o primeiro trimestre, feito o ajuste sazonal.

“Esperamos que a economia se recupere visivelmente nos próximos trimestres, em conjunto com o progresso gradual na vacinação contra a covid-19, estímulos fiscais renovados, recuperação da confiança do consumidor e das empresas e termos de troca muito favoráveis ​​e cenário externo em geral. Isso deve, no entanto, ser mitigado pelo aumento das taxas de juros, inflação alta e incerteza política”, escreve Ramos.

 

Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO.