Itumbiara: Vigilante é condenado a 17 anos de prisão por matar porteiro depois de discussão por bolinha de papel

Segundo a denúncia, câmeras de segurança registraram quando Wallas Gomes de Lima matou a tiros Guilherme Alves Pereira, em outubro de 2018, no condomínio onde trabalhavam. Réu foi condenado por homicidio duplamente qualificado.

Itumbiara: Vigilante é condenado a 17 anos de prisão por matar porteiro depois de discussão por bolinha de papel

O vigilante Wallas Gomes de Lima, de 29 anos, acusado de matar o porteiro Guilherme Alves Pereira, de 23 anos, no condomínio em que trabalhavam em Itumbiara, região sul de Goiás, foi condenado a 17 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado.

O julgamento foi presidido pela juíza Thaís Lopes Lanza Monteiro e aconteceu no fórum da cidade. O júri popular começou por volta de 8h30 desta quarta-feira (11) e teve 9h de duração. Os jurados entenderam que o crime foi por motivo fútil.

A advogada do acusado, Valéria Cristina disse na noite desta quarta-feira, que "a defesa vai recorrer da pena aplicada".

Wallas já estava preso desde 29 de maio de 2019 e, conforme sentença, vai cumprir sua pena em regime fechado. Durante o andamento do processo, a advogada que o defende alegou que o crime não se deu por causa de "uma bolinha de papel", conforme consta na denúncia.

Segundo a defesa, Wallas estava sendo ameaçado pela vítima, após ter reportado ao chefe deles que o porteiro fumava maconha no horário de trabalho. A advogada também afirmou que Wallas já havia perdido um colega segurança, morto a tiros após ser ameaçado, o que deixou o acusado "traumatizado" e que, diante disso, matou Guilherme para se proteger das ameaças de morte.

Crime

 

O porteiro foi morto a tiros no dia 13 de outubro de 2018, no condomínio em que trabalhava, em Itumbiara. Na data, câmeras na portaria do condomínio onde vítima e réu trabalhavam registraram quando o porteiro foi assassinado a tiros.

A gravação mostra que Guilherme vai ao próprio carro e, quando está voltando, é rendido pelo segurança. O porteiro levanta as mãos para o alto, vira-se de costas e é baleado. Já caído ao chão, mais tiros são disparados contra a cabeça da vítima. Outros seguranças chegam depois e ficam desesperados.

Na época da investigação policial, o delegado Ricardo Chueire contou que, horas antes de ser morto, o porteiro chegou a mandar uma mensagem a um amigo dizendo que havia sido ameaçado.

Wallas Gomes de Lima é acusado de matar porteiro em condomínio de Itumbiara, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Wallas Gomes de Lima é acusado de matar porteiro em condomínio de Itumbiara, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

À época, as investigações apontaram que a discussão entre os dois começou por conta de um papel jogado no chão.

 

“O vigilante atirou uma bola de papel no chão da guarita do porteiro, que pediu que ele catasse. Eles iniciaram uma discussão”, disse Chueire ao fim das apurações.

 

Também conforme o delegado, vítima e réu já tinham se desentendido em outra ocasião. "Houve uma discussão a respeito da divisão do gasto de combustível e, desde então, a relação deles estava abalada", afirmou.

 

Adiamentos do julgamento

 

O Julgamento foi adiado três vezes e, segundo a defesa, o júri foi inicialmente adiado pelo próprio magistrado em razão da pandemia de Covid-19, pois justificou que o tribunal não conseguiria atender, na ocasião, todas as exigências necessárias para evitar a disseminação do coronavírus. Segundo Valéria, nas outras ocasiões, ela estava de atestado médico devido a crises de pedras na vesícula.

Guilherme Alves Pereira, de 22 anos, é morto durante o trabalho em condomínio de Itumbiara, Goiás — Foto: Reprodução/ TV Anhanguera

Guilherme Alves Pereira, de 22 anos, é morto durante o trabalho em condomínio de Itumbiara, Goiás — Foto: Reprodução/ TV Anhanguera