Guerra na Ucrânia: comandantes russos discutiram uso de armas nucleares, dizem EUA
Líderes militares teriam se reunido em meados de outubro para debater como e quando poderiam usar armas nucleares no campo de batalha na Ucrânia.
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Líderes militares de alto escalão russos discutiram em meados de outubro como e quando poderiam usar armas nucleares no campo de batalha na Ucrânia, informaram duas autoridades dos Estados Unidos à rede americana CBS News.
O presidente russo, Vladimir Putin, não teria participado das conversas, no entanto.
A Casa Branca afirmou ter ficado "cada vez mais preocupada" nos últimos meses com o potencial uso de armas nucleares.
Mas enfatizou que os EUA não viram nenhum sinal de que a Rússia esteja se preparando para tal uso.
A declaração coincide com avaliações anteriores da inteligência ocidental de que Moscou não está movendo suas armas nucleares.
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Helicóptero da Rússia é derrubado por um míssil na Ucrânia
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou o Ocidente de "deliberadamente dar uma dimensão maior ao tema", embora o momento das discussões do alto escalão militar russo, em meados de outubro, seja significativo.
No fim de setembro, Putin havia intensificado sua retórica nuclear e antiocidental, e chegou a falar sobre usar todos os meios à disposição para proteger a Rússia e as terras ucranianas ocupadas que ele havia anexado.
"Não é um blefe", ele acrescentou, acusando o Ocidente de fazer chantagem nuclear e se gabando das armas russas que eram mais modernas do que qualquer uma no arsenal da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Em resposta à notícia veiculada na imprensa americana de que a Rússia havia discutido o uso de armas nucleares, o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, declarou: "Ficamos cada vez mais preocupados com a possibilidade, à medida que passam os meses".
Conforme a sorte da Rússia no campo de batalha diminuiu, suas ameaças nucleares parecem ter aumentado.
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, fez questão de entrar em contato com seus colegas nos EUA, Turquia e França para falar sobre o suposto complô ucraniano.
No entanto, quando o Ministério da Defesa da Rússia apresentou fotos para ilustrar suas descobertas, o governo da Eslovênia rapidamente identificou que as imagens haviam sido retiradas de sua Agência de Gerenciamento de Resíduos Radioativos e mostravam detectores de fumaça que datam de 2010.
Uma arma nuclear tática é para uso em combate, diferentemente das armas "estratégicas" maiores que são projetadas para causar destruição em massa.
Mas na terça-feira, o vice-chefe do conselho de segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, destacou outro elemento da doutrina da Rússia — o uso nuclear no caso de uma ameaça existencial ao Estado. Ele ressaltou que os objetivos da guerra na Ucrânia eram recuperar todos os territórios que anteriormente pertenciam a eles, e isso por si só era uma ameaça existencial.
Em comunicado divulgado na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia reiterou que Moscou tinha o direito de usar armas nucleares em resposta a "uma agressão com o uso de armas convencionais quando a própria existência do Estado está em perigo".
Perguntado na semana passada pela BBC se negava categoricamente que a Rússia usaria armas nucleares na Ucrânia, o chefe do Serviço de Inteligência Estrangeiro do país (SVR), Sergei Naryshkin, disse estar muito preocupado com a retórica ocidental e acusou a liderança da Ucrânia de tentar adquirir armas nucleares.
Este texto foi publicado em http://bbc.co.uk/portuguese/internacional-63484868
Com informações G1.
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