Dólar fecha em queda, mas tem maior alta semanal desde junho de 2020

Moeda norte-americana encerrou o dia em queda de 1,10%, vendida a R$ 5,3347; na semana, acumulou alta de 5,45%.

Dólar fecha em queda, mas tem maior alta semanal desde junho de 2020
Notas de dólar — Foto: Gary Cameron/Reuters

A moeda norte-americana encerrou o dia em queda de 1,10%, vendida a R$ 5,3347. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,2494. Veja mais cotações.

Com o resultado, o dólar fechou a semana com alta de 5,45% – o maior ganho semanal desde junho de 2020, quando subiu 5,48%. No mês, a moeda passou a acumular alta de 3,28% frente ao real. No entanto, no ano, o dólar ainda apresenta queda de 4,31%.

 

O que está mexendo com os mercados?

 

"O mercado está preocupado com a dinâmica dos gastos públicos. Tem que ser uma dinâmica sustentável", afirmou Alessandra Ribeiro, economista e sócia da Tendências Consultoria, em entrevista a GloboNews.

Além disso, Alessandra pontua que ainda não há definição sobre quem estará na equipe econômica de Lula a partir do próximo ano, o que adiciona incertezas e volatilidade ao mercado. Investidores esperam a nomeação de uma pessoa mais alinhada ao centro do que a esquerda para as pastas da economia.

Para cumprir com as principais promessas de campanha de Lula – com destaque para a continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600, um auxílio extra de R$ 150 para crianças pequenas e reajuste do salário mínimo –, o governo de transição planeja criar a PEC da Transição, que liberaria cerca de R$ 175 bilhões no Orçamento de 2023 além do teto de gastos.

Mercado financeiro está bem cauteloso em relação ao aumento do gasto público e pelo teto de gastos, diz economista

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Para o assessor de investimentos na Phi Investimentos Gabriel Cordeiro, o discurso adotado pelo presidente eleito vai na contramão dos desejos do mercado e impactou diretamente a desvalorização do real frente ao dólar nesta semana.

"Caso essas ideias que apoiam o furo do teto de gastos e criticam a estabilidade fiscal sejam colocadas em prática, esse cenário afetará negativamente qualquer investidor que tenha o 'risco Brasil' em seu patrimônio. Isso porque o país tende a se endividar com esse tipo de política, trazendo uma inflação maior, forçando o Banco Central a manter as taxas de juros elevadas e desvalorizando os ativos brasileiros", disse o assessor.

 

Com informações G1.