Chuvas causam prejuízo de R$ 1,1 bi à economia de Minas Gerais, afirma Fiemg

O presidente da Fiemg estima que, caso não cesse as chuvas, as perdas econômicas para Minas Gerais devem chegar a R$ 3 bilhões.

Chuvas causam prejuízo de R$ 1,1 bi à economia de Minas Gerais, afirma Fiemg
Dos 853 municípios do Estado, 374 decretaram situação de emergência — Foto: Eugenio Savio/AP PHoto

As intensas chuvas que castigam Minas Gerais neste início de ano já causaram um prejuízo de R$ 1,1 bilhão à economia do Estado. Levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) mostra que balanço dos prejuízos nos 10 primeiros dias do mês de janeiro representa 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro.

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, estima que, caso não cesse as chuvas, as perdas econômicas para Minas Gerais devem chegar a R$ 3 bilhões, somente no primeiro mês do ano. “O quanto antes se recuperar a infraestrutura do estado, como rodovias e as ferrovias, menor será o dano econômico para Minas Gerais. Toda a malha ferroviária está parada neste momento”, disse Roscoe.

Nas proximidades da capital mineira, as estradas mais afetadas foram a BR-040 – próximo ao entroncamento com a BR-356, em Nova Lima; e a Fernão Dias (BR-381) – na ponte sobre o Rio Paraopeba, no limite entre os municípios de Betim e São Joaquim de Bicas. Hoje, a BR-381, sentido Vitória (ES) foi interditada nos dois sentidos porque o asfalto cedeu perto de Ipatinga, no Vale do Aço.

Nas ferrovias que cortam o Estado, a Vale, que é administradora da Estrada de Ferro Vitória a Minas, informou que interrompeu o tráfego de cargas e passageiros na ferrovia. Por sua vez, a VLI, responsável pela Ferrovia Centro-Atlântica, comunicou que a estrada de ferro ficou totalmente interditada no município de Santo Antônio do Monte em decorrência da queda de uma barreira. Já a MRS também informou a parada das operações em Minas Gerais.

Segundo Roscoe, o setor que foi mais impactado foi o industrial. Isso porque, com as vias de acesso bloqueadas, o escoamento da produção e ou o abastecimento das fábricas ficam comprometidos. “Essa questão de falta de mobilidade compromete os estoques nas fábricas. Em um primeiro momento, os clientes serão abastecidos, mas se essa situação continuar, o abastecimento das linhas de produção fica comprometido.”

De acordo com a Defesa Civil do Estado, de 1º de outubro a 13 de janeiro, foram registrados 25 óbitos, 4.047 pessoas desabrigadas e 26.492 pessoas desalojadas. Dos 853 municípios do Estado, 374 decretaram situação de emergência.

Pelo levantamento da Fiemg, 47,66 mil fábricas, que estão localizadas nos munícipios atingidos, estão com a operação prejudicada por causa das chuvas. Com isso, por dia, o setor industrial do Estado perde R$ 45 milhões.

Em razão disso, a Fiemg vai oferecer ajuda técnica aos munícipios na elaboração dos projetos de recuperação da infraestrutura local que devem ser encaminhados ao governo federal para a liberação de verbas. A entidade disponibilizou 50 profissionais para prestar essa assessoria às cidades que solicitarem. “Quanto mais rápido se resolve a questão da mobilidade no estado menos dano veremos na nossa economia. A tendência desse quadro é a melhora à medida que as chuvas cessam. Mas não podemos contar somente com isso”, disse.

 

 

Com informações O Globo.