Possível recorde para safra de café do Brasil em 2026 anima setor para repor estoques
São Paulo (Reuters) – A safra 2026/27 de café do Brasil, a ser colhida no ano que vem, foi estimada em um recorde de 70,7 milhões de sacas, um avanço de 13,5% em relação ao ciclo anterior, com uma recuperação da produtividade das lavouras de arábica que poderá dar alívio ao apertado mercado global, afirmou a empresa de serviços financeiros StoneX nesta quinta-feira (13).
Caso se confirme a projeção, ela superaria o melhor resultado já alcançado pelo Brasil, maior produtor e exportador global, no ciclo 2020/21. Naquele ano, o país colheu 67,6 milhões de sacas de 60 kg, a máxima histórica até o momento, considerando as duas espécies (arábica e canéfora).
“Pela nossa série histórica, se realmente se confirmar, é recorde… Claro que isso depende do clima, qualquer problema poderia impactar a produção. Várias etapas ainda estão por vir, mas é um cenário de melhora na oferta”, disse o especialista Fernando Maximiliano, da StoneX, à Reuters, nesta quinta-feira.
Apesar da recuperação esperada, o volume ainda está abaixo do potencial máximo que poderia ser atingido em condições climáticas ideais. Houve, por exemplo, problemas durante a fase das floradas recentemente, notou a StoneX.
Em 2020/21, o Brasil colheu mais café arábica do que o projetado para o ano que vem, sinal de que a produção em 2026/27 teria potencial para avançar mais.
A consultoria estima a produção de café arábica em 47,2 milhões de sacas em 2026, aumento anual de 29,3%, enquanto a de canéforas (conilon e robusta), que foi recorde em 2025, cairia 8,9% na comparação anual para 23,5 milhões de sacas.
Em 2020, o Brasil colheu 47,6 milhões de sacas de arábica e 20 milhões de canéforas.
No ano que vem, a produção em Minas Gerais, principal Estado produtor de arábica do Brasil, deverá crescer em todas as regiões, assim como São Paulo (o segundo no ranking) deverá ver um aumento considerável, de 75,6%, pontuou a StoneX.
O Sul de Minas, maior região cafeeira do país, verá um aumento de 21,1%, para 17,2 milhões de sacas. “Apesar do bom desempenho em várias áreas, o atraso e a irregularidade das chuvas geraram pegamento desigual das floradas, limitando o resultado pleno da safra”, disse a StoneX.
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Já o avanço em São Paulo é impulsionado pelas áreas que retornam da “safra zero”, após podas, e novos plantios, “embora o abortamento de floradas e o clima seco ainda causem preocupação”.
A safra 2026/27, segundo a StoneX, verá também recuperação em Rondônia, que cultiva o chamado robusta amazônico. Lá a produção deverá crescer 32%, para 3,3 milhões de sacas.
No Espírito Santo, por outro lado, a produção de café conilon deverá cair 15%, para 16,3 milhões de sacas.
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“Após uma safra recorde em 25/26, o norte do Espírito Santo deve registrar queda… O recuo é atribuído ao manejo estrutural das lavouras, desgaste fisiológico das plantas e pegamento limitado das floradas devido a ventos frios e chuvas no período crítico”, indicou o relatório.
Sobre Rondônia, a consultoria citou ainda recuperação das lavouras e clima favorável na florada, assim como expansão das áreas cultivadas e a renovação do parque cafeeiro.
Alívio
A colheita de 2026 no país é considerada importante para recompor estoques, após safras abaixo do potencial nos últimos anos.
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“Isso significa um alívio para o mercado. Depois de anos com problemas sérios de oferta, a safra 2026 poderia começar a recompor estoques”, afirmou Maximiliano, preferindo não comentar sobre projeções de exportações.
O período entre 2021 e 2024 foi marcado por déficits consecutivos no balanço global de café, que reduziram os estoques mundiais em mais de 22 milhões de sacas, segundo a consultoria.
Apesar das limitações impostas pelo clima, o Brasil deverá reforçar o “papel” de principal fornecedor global de café, caso a safra se confirme, disse a StoneX.
Com informações InfoMoney.







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