Polícia Federal prende goiano que quebrou relógio do Palácio do Planalto

Antônio Cláudio Alves Ferreira foi preso em Catalão

Polícia Federal prende goiano que quebrou relógio do Palácio do Planalto

Polícia Federal (PF) prendeu o goiano que quebrou o relógio do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A ação aconteceu nesta sexta-feira (20), em Catalão, no interior de Goiás. A decisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que revogou a progressão de regime do condenado.

O mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira havia sido solto na última quarta-feira (18) após decisão da Vara de Execuções Penais de Uberlândia (MG), que concedeu o regime semiaberto. O juiz responsável foi Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro.

Segundo a Polícia Federal, a captura contou com apoio da Polícia Militar de Goiás e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais. Durante as diligências, os policiais também localizaram e prenderam outra pessoa que era foragida da Justiça e tinha parentesco com o mecânico.

Ao determinar a nova prisão, Moraes afirmou que o juiz de Minas Gerais agiu fora de sua competência e que o goiano que quebrou o relógio do Palácio do Planalto não cumpriu o tempo mínimo de pena necessário para progredir de regime. De acordo com o ministro, Ferreira deveria ter cumprido ao menos 25% da pena, mas havia atingido apenas 16%.

Antônio Cláudio Alves Ferreira foi condenado pelo STF a 17 anos de prisão por crimes como associação criminosa armada, golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de Direito e dano qualificado com uso de violência e grave ameaça contra o patrimônio da União. As imagens dele quebrando o relógio foram usadas como prova durante o julgamento.

A soltura, sem tornozeleira eletrônica, também gerou polêmica. O juiz alegou falta de equipamentos disponíveis no sistema prisional de Minas Gerais. No entanto, a Secretaria de Justiça de Minas, ligada ao governo de Romeu Zema (Novo), negou a falta de tornozeleiras e informou que há mais de 4 mil vagas ativas no sistema de monitoramento eletrônico.

Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça de Minas Gerais abriu um procedimento para investigar a conduta do magistrado que determinou a soltura. Em nota, o TJ-MG afirmou respeitar as decisões dos tribunais superiores e reforçou o compromisso com a legalidade e o Estado democrático de Direito.