Mãe de estudante brasileira que foi morta na Argentina se diz aliviada após boliviano ser condenado à prisão perpétua pelo crime: 'Justiça foi feita'

Luana Carneiro de Melo, de 24 anos, morreu enforcada em março de 2018. Após achar que morte tinha sido natural, polícia argentina só passou a investigar depois que perita levantou suspeita.

Mãe de estudante brasileira que foi morta na Argentina se diz aliviada após boliviano ser condenado à prisão perpétua pelo crime: 'Justiça foi feita'
Rosemary Carneiro junto com a filha Luana Carneiro de Melo, que foi encontrada morta no apartamento em que morava na Argentina — Foto: Arquivo pessoal/Rosemary Carneiro
“Ao mesmo tempo em que nada poderá trazer nossa Lubs [apelido de Luana] de volta, saber que seu algoz não estará nas ruas para ferir outras mulheres e que justiça foi entregue à sua memória, nos traz alivio”, disse Rosemary Carneiro, mãe da jovem.

A decisão da Justiça argentina que condenou o réu foi publicada na quarta-feira passada (21). O advogado da família que acompanhou todo o processo na Argentina, Macos Tosato, explicou que o boliviano Iver Uruchi Condori vai cumprir a pena inicialmente no país, mas que depois os advogados dele podem pedir a transferência para a Bolívia.

O g1 não conseguiu o nome do advogado que defende Uruchi Condori na Justiça. Por isso, não foi possível pedir nota de defesa até a última atualização desta reportagem.

Luana Carneiro de Melo, de 24 anos, foi encontrada morta dentro do apartamento em que morava na Argentina — Foto: Reprodução/Instagram

Luana Carneiro de Melo, de 24 anos, foi encontrada morta dentro do apartamento em que morava na Argentina — Foto: Reprodução/Instagram

A jovem deixou a cidade de Jataí, no sudoeste de Goiás, para estudar idiomas em Buenos Aires. Na época do crime, Luana estava morando há 3 anos na cidade. A mudança para a Argentina representava a realização de um sonho para Luana, segundo a mãe.

"Era um sonho para ela. Ela sempre sonhou em viver uma vida fora do país. Se planejou e foi para lá. Ela estava muito feliz em Buenos Aires", disse.

Rosemary, que continua morando em Jataí, acompanhou a condenação do réu por videoconferência. Atualmente, a mulher está nos Estados Unidos visitando a outra filha, que vive no local junto ao marido.

A mãe contou ainda que Luana sempre foi estudiosa e que lutava pelo direito das mulheres. Por isso, a condenação do réu se torna ainda mais importante para a família.

“A nossa Luana, em vida, sempre lutou por justiça e pelo direito das mulheres. A condenação do seu assassino, para nós, representa a persistência dessa luta”, contou a mãe.

Rosemary Carneiro junto com a filha Luana Carneiro de Melo, que foi encontrada morta no apartamento em que morava em Buenos Aires — Foto: Arquivo pessoal/Rosemary Carneiro

 

Morte de Luana

 

Inicialmente, a polícia argentina apontou que Luana Carneiro tinha morrido de causas naturais. No entanto, um tempo depois, uma perita levantou a suspeita de homicídio e o caso começou a ser investigado.

Advogado da família de Luana, Macos Tosato explicou que a polícia descobriu que o boliviano invadiu o apartamento de Luana para roubar o celular dela, um notebook e uma quantia em dinheiro. A jovem foi enforcada com as mãos até a morte, segundo ele.

“O criminoso roubou o telefone da Luana. Esse iphone foi ativado dois meses após o crime por um irmão do Iver. Ele não soube explicar isso. Quando tentou, não deu certo. Os médicos forenses foram determinantes. Não era uma morte natural, mesmo que assim se pensasse no início da investigação", explicou Tosato.

Família pede agilidade nas investigações da morte de Luana Carneiro de Melo, de 24 anos, que foi encontrada morta dentro do apartamento em que morava na Argentina — Foto: Reprodução/Instagram

O boliviano trabalhava para a dona do apartamento que Luana alugava. Segundo Tosato, o jovem até assinou o livro de entrada do prédio no dia em que a goiana foi morta. Semanas antes de ser morta, a estudante registrou reclamação dizendo que o homem a espionou durante um banho.

“A Luana não tinha nenhuma relação com ele. O que conectava a Luana com ele, é que ele trabalhava para a dona do apartamento onde a Luana morava. Então, ele tinha as chaves do apartamento, tinha acesso”, contou a mãe.

Com informações g1 Goiás.