Ibovespa cai com temores sobre renovação de auxílio

Extensão do benefício pode ser feita fora do teto de gastos e sem a contrapartida de redução de despesas.

Ibovespa cai com temores sobre renovação de auxílio

O Ibovespa recua nesta terça-feira, 9, com os temores sobre a renovação do auxílio emergencial se sobrepondo ao avanço de pautas econômicas no Congresso. O cenário externo também não contribui, com as principais bolsas internacionais passando por realizações de lucros após sequências de altas. Nos Estados Unidos, os três principais índices (Nasdaq, Dow Jones e S&P 500) encerraram o último pregão em níveis recordes.

Internamente todas as atenções estão voltadas para Brasília. Segundo reportagem do Estado de S. Paulo, o Congresso estuda viabilizar a renovação do benefício sem a contrapartida de cortes de despesas e fora do teto de gastos. O presidente Jair Bolsonaro já sinalizou que o deve haver a extensão do auxílio.

Além de impor maior cautela à negociações na bolsa, o temor fiscal tem pressionado principalmente o mercado de câmbio, com o real tendo a maior desvalorização entre as principais moedas emergentes do mundo. “Se não tivesse essa história do auxílio, era para ser um dia de forte queda [do dólar], com o Congresso destravando a agenda econômica”, diz Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.

Nesta terça, ainda está programada a votação da autonomia do Banco Central pela Câmara. A expectativa é de que o projeto, já aprovado pelo Senado, tenha apoio de deputados e seja enviado para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Na prática, a  autonomia deve dar maior estabilidade à instituição, estabelecendo mandatos de quatro anos para o presidente da autarquia descasados com o do presidente da República.

Investidores também acompanham o andamento da reforma administrativa, que, segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira, será enviada ainda hoje à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

IPCA

Nesta manhã, o IBGE divulgou o IPCA de janeiro, que ficou em 0,25%, abaixo das projeções de 0,31%. No acumulado de 12 meses, o IPCA ficou em 4,56% ante estimativas de 4,61%. Esta foi a primeira vez desde junho que a inflação sai abaixo das expectativas de mercado. Com isso, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2022 apresentam leve queda nesta manhã.

“O indicador veio bem abaixo de nossas projeções. Ainda assim, existem pressões importantes no meio do caminho, como alimentação e transportes, que podem se incrementar nos próximos meses. Ou seja, o IPCA passou por um alívio temporário de curto prazo, o que não significa que será assim nos próximos meses”, comenta Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.


*Com Informações Exame.