Família de cartorário assassinado a tiros em Rubiataba pede justiça após suspeitas deixarem presídio

DGAP afirmou que as duas estão sendo monitoradas com tornozeleira eletrônica. Luiz Fernando Alves Chaves foi morto no dia 28 de dezembro do ano passado.

Família de cartorário assassinado a tiros em Rubiataba pede justiça após suspeitas deixarem presídio
Luiz Fernando Alves Chaves era dono de cartório em Rubiataba, Goiás — Foto: Reprodução/Polícia Civil

Familiares de Luiz Fernando Alves Chaves, que morreu a tiros após ser sequestrado em casa, em Rubiataba, no centro goiano, pedem por justiça. Segundo a tia dele, Regiane Silva Sousa, a ex-esposa do cartorário e a irmã dela deixaram presídio e a família luta para que elas voltem.

O g1 não localizou a defesa das acusadas para se manifestar sobre o caso.

Conforme a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), as duas não estão em presídios, mas cumprem pena e são monitoradas com tornozeleira eletrônica. Segundo a Polícia Civil, a esposa é suspeita de encomendar o crime com o intuito de ficar com os bens do casal e dinheiro do seguro de vida. O envolvimento da irmã dela no crime não foi divulgado.

“O sentimento que ficou foi de injustiça. Ele tinha três filhos com ela que ficaram órfãos. Agora elas saíram, estão promovendo festa, estourando champanhe. Enquanto isso ele está morto”, disse a tia de Luiz Fernando, Regiane Silva Sousa, de 52 anos.

Os familiares organizam uma manifestação para pedir justiça, marcada para acontecer no dia 5 de novembro, às 9h, no Ginásio Amando Grecco, em Trindade. “É uma forma de pedir para que revejam a decisão e chamar a atenção do tribunal”, disse o irmão de Luiz Fernando Alves Chaves, o servidor público Marco Aurélio Chaves, de 37 anos.

Marco Aurélio chegou a dizer que teme pela integridade física da família. “A gente tem receio. Se elas tiveram coragem de tirar a vida do meu irmão, poderia fazer algo conosco também”, desabafou.

De acordo com ele, o irmão, que completaria 41 anos nesse ano, deixou três filhos, fruto do relacionamento com a acusada: um casal de gêmeos de 6 anos e uma menina de 4.

“Ele era um excelente pai. As crianças às vezes lembram dele, perguntam sobre ele”, disse. “Ele era tranquilo, convivia com muita gente. Todos acham injusto”, completou.

 

Crime

 

O cartorário foi morto no dia 28 de dezembro do ano passado. Além da esposa e da irmã dela, outras pessoas foram presas, incluindo os supostos executores do crime.

Segundo as investigações, os executores tinham os controles dos portões da casa da vítima e chegaram a pé ao local. A esposa havia saído com os filhos do casal - gêmeos de 3 anos e um menino de 5 - para a igreja.

“A vítima estava estudando para um concurso. Os vizinhos o ouviram falando que não chamaria a polícia, mas que o preservasse por ser pai de três crianças. A mãe nunca ia à igreja e, justo naquele dia, inventou essa história para ter cobertura”, disse o delegado responsável pelas investigações, Marcos Adorno.

Também de acordo ele, os dois executores amarraram as mãos de Luiz Fernando com um enforca-gato e o amordaçaram com um pano.

Marcos disse que os vestígios apontam que um dos homens dirigiu a caminhonete do próprio cartorário para o local na zona rural onde o corpo foi encontrado, enquanto o outro foi responsável por matar a vítima a tiros. A caminhonete e a arma foram encontradas e apreendidas.

Segundo o delegado, na combinação entre os autores, o motorista receberia R$ 1 mil como pagamento e R$ 300 para combustível, enquanto o atirador ficaria com a caminhonete roubada durante o crime e mais R$ 5 mil.

Com informações g1 Goiás.