Em Goiás: Motorista de caminhão é suspeito de desviar combustível, armazenar em casa e vender ilegalmente

Polícia investiga origem de R$ 12 mil em espécie que estavam dentro de uma sacola que o caminhoneiro carregava. Delegado apura se funcionários de usinas e comerciantes participavam do esquema.

Em Goiás: Motorista de caminhão é suspeito de desviar combustível, armazenar em casa e vender ilegalmente

Um motorista de caminhão de 50 anos é suspeito de desviar combustível, armazenar em casa de forma inapropriada e vender ilegalmente, em Goiânia. O delegado Rodrigo Godinho, responsável pelo caso, informou que ele é investigado por conseguir carregar o caminhão na usina com mais etanol do que constava em notas fiscais. Depois, conforme a polícia, vendia o litro por R$ 2,20, enquanto o valor aproximado nas bombas é de aproximadamente R$ 3,20.

    “A suspeita é de que ele conseguia pegar três mil litros a mais nas usinas e vendia este etanol de forma irregular. Com isso, ele faturava quase R$ 7 mil em cima dessa litragem”, explicou o investigador.

Como o nome do suspeito não foi divulgado pela corporação, o G1 não conseguiu localizá-lo para que se posicionasse sobre o caso.

A operação da Polícia Civil batizada de Crepitus aconteceu na manhã de quinta-feira (4). A corporação informou que o investigado estava voltando do trabalho quando foi abordado pela a equipe.

“Ele [motorista] não foi preso porque não houve situação flagrancial. Ele teria que estar adquirindo ou vendendo o combustível no momento da operação. Mas podemos pedir a prisão dele à Justiça a qualquer momento”, disse o delegado.

Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do suspeito, encontraram R$ 12 mil em espécie dentro de uma sacola em uma bolsa que ele carregava e sete galões que seriam usados no armazenamento do combustível, mas só dois tinham etanol.

    "Não temos dúvida de que este dinheiro é oriundo do furto e da venda ilegal", afirmou o delegado.

Investigação

As investigações começaram há três meses, após o dono de uma usina da cidade de Carmo do Rio Verde, no sudoeste goiano, sentir desfalque no combustível e procurar a delegacia da cidade. O G1 pediu um posicionamento à empresa, por e-mail enviado às 12h desta sexta-feira (5), e aguarda retorno.

O delegado explicou que o motorista pegava o caminhão em uma base de armazenamento de combustíveis que fica em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, para abastecê-lo em usinas de etanol de quatro cidades das regiões central e sudoeste do estado. Conforme a polícia, antes de devolver o veículo, ele ligava para possíveis compradores para negociar o combustível abaixo do valor comercial.

Funcionários de usinas são investigados

O delegado acredita que exista uma organização criminosa e investiga também a participação de funcionários de usinas de quatro cidades goianas, onde o motorista abastecia o caminhão. Ele também trabalha para identificar quem são os compradores.

    “As investigações continuam. Não resta dúvida de que há a participação de colaboradores das empresas. Precisamos verificar como é feito o controle do abastecimento, notas fiscais”, disse o delegado.

O celular do investigado também foi apreendido. Segundo a Polícia Civil, a perícia informou que encontrou conversas em que ele negociava a venda de combustíveis de forma ilegal. Conforme a corporação, em apenas um dia, o motorista chegou a comercializar 400 litros de etanol.

O caminhoneiro é investigado pelos crimes contra o sistema de estocagem de combustíveis e furto qualificado. Caso seja indiciado e condenado, ele pode pegar de três a 13 anos de prisão.

 

Com Informações G1.