Considerado maior estuprador em série de Goiás é condenado a mais 8 anos de prisão por estuprar mulher em lote baldio, diz MP

Crime julgado aconteceu em 2019, em Aparecida de Goiânia. Réu foi indiciado por outros 31 estupros e está preso. Decisão cabe recurso.

Considerado maior estuprador em série de Goiás é condenado a mais 8 anos de prisão por estuprar mulher em lote baldio, diz MP
Homem considerado o maior estuprador em série de Goiás é preso suspeito de 47 abusos — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Considerado o maior estuprador em série de Goiás, Wellington Ribeiro da Silva foi condenado a mais 8 anos de prisão por um estupro que aconteceu em 2019 em um lote baldio de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Réu foi indiciado por outros 31 estupros e está preso no presídio da cidade. A decisão cabe recurso.

Como o caso corre em segredo de justiça, o G1 não conseguiu contato com a defesa do réu.

A audiência aconteceu na última segunda-feira (22). De acordo com a denúncia oferecida pela promotora de Justiça Valéria Cristina de Paula Magalhães, no dia, a vítima caminhava pela rua, no setor Buriti sereno, quando foi surpreendida pelo acusado, que pilotava uma moto.

Ainda conforme a denúncia, ele sacou uma arma e anunciou um assalto, ordenando que a mulher lhe entregasse o celular e a bolsa. Em seguida, ordenou que ela subisse na garupa da motocicleta e a levou até um lote baldio, onde cometeu o estupro.

Quando foi preso, em 2019, uma avaliação psicológica feita pela polícia mostrou que o réu é frio e sabia com plena consciência a gravidade do que estava fazendo. Ele também chegou a admitir que cometia os crimes sempre usando o capacete de moto.

Sentença

Ao proferir a sentença, a juíza Débora Letícia Dias Veríssimo ponderou que os relatos da vítima no boletim de ocorrência na Polícia Civil e no termo de declarações em juízo foram coerentes e harmônicos, inexistindo contradições ou mudanças de narrativa sobre sua versão do ocorrido, o que lhe confere credibilidade.

Segundo a magistrada, a palavra da vítima, nos delitos sexuais, cometidos às escondidas e longe de outras testemunhas, “assume preponderante importância, por ser a principal fonte de provas de que dispõe a acusação para demonstrar a responsabilidade do acusado”.


 Além disso, de acordo com a magistrada, o exame de perícia criminal verificou a presença de DNA de origem masculina nas amostras biológicas relacionados à vítima e estabeleceu condição de verossimilhança com o perfil genético masculino obtido do réu.

Ao dosar a pena, a juíza condenou o réu a sete anos de reclusão, como pena-base, e aumentou um ano em razão da agravante da reincidência. No entanto, o absolveu do crime de roubo, em razão da falta de provas. Também arbitrou indenização de R$ 5 mil em favor da vítima, o MP-GO havia pedido indenização de R$ 50 mil. A juiza manteve ainda a prisão preventiva do réu.

Primeira condenação

O réu já foi condenado a 9 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado por estupro, no dia 24 de setembro de 2020. Segundo a denúncia do crime que foi julgado na época, a vítima é uma mulher que estava saindo de uma escola na Vila Romana, em Aparecida de Goiânia, quando foi abordada pelo autor do crime.

De acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o criminoso estava sentado em sua moto usando o aparelho celular quando viu a vítima passar, sacou a arma e apontou para a cabeça dela anunciando um assalto. Segundo a denúncia, o autor forçou a vítima a entrar em lote baldio na região, onde cometeu o estupro.

De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), ainda há outras 17 ações penais em andamento contra ele pelo mesmo crime.

Operação Impius

A força-tarefa que resultou na prisão de Wellington, batizada de Impius, durou 45 dias e envolveu mais de 40 pessoas. Ela teve início após a Polícia Técnico-Científica encontrar o perfil genético dele em várias vítimas de estupros.

Segundo a polícia, em 2015, foram coletados vestígios do criminoso em uma vítima e inseridos no banco genético. Em 2017, foi coletado novo vestígio de outra vítima e coincidiu com a amostra anterior.

No mesmo ano, de acordo com as investigações, apareceram outras quatro vítimas compatíveis ao material genético do suspeito. No final de 2018 já somavam nove mulheres, e isso chamou a atenção da Polícia Técnico-Científica, que avisou à Polícia Civil.

A identificação do maior estuprador em série de Goiás está entre as investigações criminais mais importantes do mundo. O concurso "DNA Hit of the Year" avalia investigações criminais em que a análise do DNA foi essencial para esclarecer casos.

 


Com informações G1 Goiás.