Abraço no Papai Noel, teste para convidados, máscara na ceia? Como a ômicron e a gripe podem afetar o Natal e o réveillon

A variante do coronavírus se tornou dominante em um curto período em alguns países. Já no Brasil, muitas capitais enfrentam surtos de Influenza. Especialistas explicam como reduzir as chances de contágio nas festas de fim de ano.

Abraço no Papai Noel, teste para convidados, máscara na ceia? Como a ômicron e a gripe podem afetar o Natal e o réveillon
Usando um gorro de Papai Noel, idoso acena para a filha comemorando o Natal através de um vidro de proteção em um centro de enfermagem e reabilitação no bairro do Brooklyn, em Nova York, EUA, com cuidados devidos à pandemia do coronavírus — Foto: Yuki Iwamura/Reuters

Apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19, a pandemia não acabou. O Brasil, assim como países do mundo inteiro, está em alerta diante da rápida transmissão da nova variante ômicron. Somado a isso, o país vive um surto de gripe fora de época que, até 16 de dezembro, já havia sido confirmado em 9 estados.

Na Europa, alguns países voltaram a anunciar medidas para conter o avanço da Covid-19 com a crescente contaminação da ômicron. Na Holanda, um lockdown foi imposto por três semanas. Paris, um dos principais destinos turísticos mundiais, cancelou a festa réveillon. O prefeito de Londres afirmou que novas restrições são "inevitáveis".

 

O Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC) informou em um relatório que a variante de preocupação ômicron provavelmente superará a delta nos dois primeiros meses de 2022.

Especialistas ouvidos pelo g1 explicam como reduzir as chances de contágio dessas doenças e aproveitar as festas de Natal e o Ano Novo.

 

Nesta reportagem, veja as principais respostas para as seguintes perguntas:

 

  1. Como acontece a transmissão do vírus da Influenza?

  2. É preciso usar máscara durante a ceia?

  3. Por que é importante estar vacinado antes das festas de final de ano?

  4. Posso abraçar o Papai Noel?

  5. Como diferenciar os sintomas da Influenza e da ômicron?

  6. Quais são os sintomas da Influenza?

  7. Quais são os sintomas da variante ômicron?

  8. Quem deve evitar os encontros?

 

 

 

1. Como acontece a transmissão do vírus da Influenza?

 

Embora as duas doenças sejam transmitidas pelo ar, elas possuem diferenças. Enquanto a Covid-19 tem uma alta transmissibilidade por meio de aerossóis, partículas microscópicas que expelimos ao falar, tossir ou espirar, o risco de contrair Influenza é maior ao tocar em superfícies contaminadas.

 

"Ao contrário da Covid, esse vírus tem uma alta transmissibilidade por contato de superfície, então temos sempre que manter as mãos limpas", explica Jamal Suleiman, infectologista do Instituto Emílio Ribas.

 

Ao lavar as mãos, é necessário espalhar o sabonete em toda a superfície da mão, incluindo a palma e as unhas — Foto: Freepik

Ao lavar as mãos, é necessário espalhar o sabonete em toda a superfície da mão, incluindo a palma e as unhas — Foto: Freepik

Suleiman defende que ainda não é o momento de abandonar as máscaras e o uso de álcool em gel.

 

 

"As medidas de proteção são: vacina, distanciamento, uso de máscara e medidas de higiene. A gente insistiu, inclusive, em retardar o desmascaramento porque estávamos apreensivos com essa situação. Desmarcar e aglomerar é tudo o que o vírus Influenza ama", completa o especialista.

 

 

2. É preciso usar máscara durante a ceia?

 

Segundo os especialistas, é possível abrir mão da máscara durante as festas de final de ano desde que:

 

  • Nenhum dos presente esteja com sintomas gripais;
  • Todos os adultos estejam vacinados;
  • Todos estejam em um ambiente aberto e/ou bem ventilado;
  • Encontro seja limitado a um número pequeno de pessoas;

 

Em ambientes fechados e mal ventilados, os especialistas recomendam que a máscara seja retirada só na hora da refeição. Também é indicado que, no momento que as pessoas estiverem sem a máscara para comer, que elas tentem manter o distanciamento:

 

"No momento em que as pessoas ficarem sem a máscara, é legal tentar um distanciamento maior. A melhor recomendação neste caso é fazer a festa ao ar livre, ou num ambiente bem ventilado", diz Lucia Pellanda, reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e professora de epidemiologia.

 

Também é recomendado que, momento em que as pessoas forem se servir, que elas utilizem máscaras e evitem falar próximo aos alimentos expostos.

 

 

3. Por que é importante estar vacinado antes das festas de final de ano?

 

Mulher é imunizada contra a Covid-19 — Foto: César Ferreira/Prefeitura de Campos

Mulher é imunizada contra a Covid-19 — Foto: César Ferreira/Prefeitura de Campos

O primeiro passo para garantir a segurança é que todos os participantes estejam vacinados contra a Covid-19.

 

“Pessoas vacinas podem pegar e transmitir o vírus da Covid, mas esse risco é menor. O risco delas transmitirem a Covid, de acordo com alguns estudos, é 60% e até 70% menor quando comparado com alguma pessoa não vacinada”, diz infectologista Miriam Dal Ben, do hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

 

 

A Fiocruz recomenda que quem não se vacinou se vacine com, pelo menos, 14 dias de antecedência do encontro. Para quem for indicada a dose de reforço, siga o calendário e procure um posto de vacinação.

 

 

4. Posso abraçar o Papai Noel?

 

Melhor evitar. Pessoas fantasiadas de Papai Noel costumam ser muito procuradas para fotos nesta época do ano. Devido à proximidade dos corpos e o grande fluxo de pessoas com quem esses indivíduos se encontram diariamente, as chances de transmissão do vírus da Covid e da gripe são altas.

Segundo Lucia Pellanda, reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e professora de epidemiologia, mesmo na hora de abraçar familiares e pessoas próximas o ideal é evitar respirar diretamente no rosto das pessoas.

Epidemiologista recomenda abraços apenas em pessoas escolhidas e mais próximas  — Foto: Shutterstock

Epidemiologista recomenda abraços apenas em pessoas escolhidas e mais próximas — Foto: Shutterstock

 

No caso de idosos, crianças pequenas e pessoas imunossuprimidos (pessoas com câncer, pessoas vivendo com HIV, transplantados e outros), o ideal é que as duas pessoas estejam de máscara no momento do abraço.

 

5. Como diferenciar os sintomas da Influenza e da ômicron?

 

Por causa da semelhança dos sintomas, as duas infecções podem ser inicialmente confundidas. O diagnóstico certeiro só é possível com um teste de antígeno, mas especialistas explicam que há sinais que podem ajudar a diferenciar as doenças.

 

6. Quais os sintomas da Influenza?

 

A gripe, como é chamada a infecção pelo vírus Influenza, apresenta sintomas agudos logo nos primeiros dias da doença.

 

  • Febre alta;
  • Calafrios;
  • Dores musculares;
  • Tosse;
  • Dor de garganta;
  • Intenso mal-estar;
  • Perda de apetite;
  • Coriza;
  • Congestão nasal (nariz entupido);
  • Irritação nos olhos;

 

 

7. Quais são os sintomas da variante ômicron?

 

Já nos casos de Covid-19, a doença começa a evoluir a partir do 7° dia, podendo ou não levar a um quadro de insuficiência respiratória.

De acordo com pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, os sintomas da ômicron são "diferentes" das cepas anteriores do coronavírus e incluem:

 

  • Dor de garganta;
  • Dor no corpo, principalmente na região da lombar;
  • Congestão nasal (nariz entupido);
  • Problemas estomacais e diarreia.

 

 

 

"Em crianças, é até mais fácil você pensar em Influenza do que Covid. Criança com Influenza fica com coriza, abatida e com febrão, enquanto que nos casos de Covid-19 elas raramente apresentam sintomas", explica Suleiman.

 

Segundo Jamal Suleiman, infectologista do Instituto Emílio Ribas, o cotidiano recente dos médicos nos consultórios aponta que as crianças que chegam ao hospital com reclamação de infecção viral respiratória são, em sua maioria, casos de Influenza.

 

8. Quem deve evitar os encontros?

 

De acordo com a cartilha de diretrizes da Fiocruz, devem evitar encontros:

 

  • Pessoas que apresentem sintomas de Covid-19 ou que tenham tido sintomas, mesmo que leve, há menos de 14 dias antes do encontro. A recomendação deve ser seguida mesmo que não tenha sido feito nenhum teste de diagnóstico;
  • Pessoas diagnosticadas com Covid-19 ou que tiveram contato com alguém com sintomas da doença há menos de 14 dias do encontro;
  • Pessoas que não se vacinaram.

 

 

 

Via G1.