Professor de educação física vira réu por crimes sexuais contra alunos em escola de Goiás

Pedro Leandro Castro Pereira Araújo foi denunciado pelo Ministério Público. Até o momento foram identificadas 25 vítimas.

Professor de educação física vira réu por crimes sexuais contra alunos em escola de Goiás
Professor Pedro Leandro Castro Pereira Araújo, preso suspeito de crimes sexuais contra alunos em Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A decisão aconteceu na terça-feira (21). As investigações estão sendo conduzidas pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) de Anápolis, e o réu continuará preso até o julgamento. O g1 tentou contato com a defesa, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria.

As denúncias serão desmembradas em grupos de cinco vítimas, por decisão da promotora de Justiça, Carla Brant Corrêa Sebba Roriz. A primeira delas detalha condutas de assédio, abuso e violações contra cinco adolescentes entre 13 e 17 anos. Os crimes investigados ocorreram entre 2018 e 2023, segundo o MP.

A promotora Carla Brant explicou ao g1 que o professor de vôlei praticava atos libidinosos contra os adolescentes com frequência e também mostrava a eles fotos e vídeos pornográficos, dele mesmo e de pessoas próximas aos alunos.

"Ele ganhava confiança, próprio do tipo do pedófilo, tinha uma forma de conquistar [os adolescentes]. Era muito amigo, falava na linguagem deles, um excelente treinador que queria levar eles para competir nacionalmente, eles ficavam muito animados", disse ela.

O professor foi amigo dos alunos por um tempo, ouviu as histórias e relatos pessoais deles. Depois, principalmente quando as aulas retornaram após a pandemia, "foi de descolado a abusivo", segundo a promotora.

Ele contava intimidades das meninas para grupinhos de meninos, contava sobre a própria vida sexual, incentivava práticas sexuais, e praticava abusos, informou a promotora Carla Brant ao g1. Pedro Leandro fazia massagens e alongamentos nos adolescentes enquanto pegava e esfregava órgãos genitais.

Pedro Leandro foi preso em 15 de setembro deste ano. As investigações apontaram que os crimes aconteciam no Colégio Couto Magalhães de Anápolis, onde ele trabalhava, e também durante caronas que oferecia aos alunos. Em uma dessas caronas, fez sexo oral em um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA), de 17 anos, que está incluido no primeiro grupo de denúncias, segundo o MP.

Em nota divulgada nas redes sociais, o colégio afirma que “no dia 31 de agosto, em resposta às acusações, o treinador foi desligado e afastado imediatamente das dependências do colégio, com suspensão de contato com os alunos. Nesse mesmo dia, a Polícia Civil foi prontamente acionada” (veja a nota na íntegra no final da matéria).

Ele ainda trabalhava em outras duas escolas de Goiânia, uma pública e outra particular, e foi demitido de ambas no mesmo dia, segundo a promotora. O inquérito foi concluído em 5 de setembro e protocolado junto ao MP, e o professor foi preso 10 dias depois.

Além das 25 vítimas já identificadas, a Polícia Civil está apurando outros relatos. O Ministério Público solicitou uma indenização mínima fixada em R$ 8 mil para cada vítima, por danos morais.

De acordo com o MP, a promotora pede a condenação do denunciado pelos crimes de estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e corrupção de menores, previstos no Código Penal.

Além disso, responderá por submissão de criança ou adolescente a vexame ou constrangimentoe por disponibilizar fotos e vídeos com cena de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.

 

Nota na íntegra

 

"O Colégio Couto Magalhães de Anápolis esclarece as denúncias envolvendo o treinador de vôlei, Pedro Leandro Castro Pereira Araujo, em 31 de agosto. Diante das alegações apresentadas por alguns alunos, a instituição agiu de maneira diligente e imediata para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade escolar.

No dia 31 de agosto, em resposta às acusações, o treinador foi desligado e afastado imediatamente das dependências do colégio, com suspensão de contato com os alunos. Nesse mesmo dia, a Polícia Civil foi prontamente acionada e o colégio colaborou de forma ativa e integral com as investigações.

A Polícia Civil conduziu uma investigação minuciosa, ouvindo testemunhas e coletando evidências. O inquérito foi concluído em 5 de setembro e protocolado junto ao Ministério Público, culminando na prisão de Pedro Leandro Castro Pereira Araujo em 15 de setembro.

Reitera-se o compromisso inabalável do Colégio Couto Magalhães de Anápolis com a segurança e bem-estar da comunidade escolar. A instituição está oferecendo apoio às vítimas e suas famílias, garantindo acompanhamento e acolhimento durante este período desafiador.

A transparência e a cooperação contínua com as autoridades são prioridades para nossa instituição, que permanece dedicada a assegurar que todas as medidas necessárias sejam tomadas para garantir a justiça."

Com informações g1 Goiás.