Políticos de Goiás alinhados a Bolsonaro veem erro da Justiça ao condenar ex-presidente

TSE decidiu por impedir a candidatura do ex-mandatário do País por 5 votos a 2

Políticos de Goiás alinhados a Bolsonaro veem erro da Justiça ao condenar ex-presidente

O Mais Goiás conversou com políticos goianos alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se tornou inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta sexta (30), para saber a opinião deles sobre o julgamento. O consenso é de falta de motivo.

Senador da República, Vanderlan Cardoso (PSD) acredita que os ministros cometeram um erro. De acordo com ele, os motivos alegados – a reunião com embaixadores, em julho do ano passado, quando Bolsonaro criticou o sistema eleitoral e a urna eletrônica -, não são suficientes para isso.

“Não sou advogado, mas essa é uma posição do Bolsonaro há 30 anos. Naquela época não foi tirado o direito dele”, argumentou o congressista. “Não vejo motivo, essa questão dos embaixadores”, disse ao portal.

Vanderlan diz que é favorável que a decisão seja pelo voto. “O povo que tem que decidir se quer Bolsonaro ou não, como foi no último pleito, quando optaram pelo Lula (PT). Nas urnas. O povo é soberano. É ruim quando a Justiça decide assim. É algo muito forte.”

O deputado federal Professor Alcides (PL) afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o TSE pegaram a Constituição e jogaram no lixo. “Então, a gente não pode esperar outra coisa a não ser isso”, lamentou. Ele acredita, contudo, que o PL e a direita no Brasil têm outros bons nomes, como o da própria esposa dele, a Michelle Bolsonaro. “Nós temos o Caiado, o Zema, o Tarcísio e várias outras pessoas e lideranças da direita que podem ocupar esse espaço, mas até 2026 muita água pode passar por baixo da ponte.”

Também deputado federal, Gustavo Gayer (PL) utilizou as redes sociais para afirmar que o ex-presidente foi tornado inelegível em tempo recorde por uma reunião com embaixadores onde questionou o sistema eleitoral. Ainda de acordo com ele, Bolsonaro é o presidente mais honesto que o País já viu. “Essa é a democracia relativa do sistema.”

O Mais Goiás tentou contato com os deputados federais Magda Mofatto (Patriota) e Glaustin da Fokus (PSC). Não houve retorno. O senador Wilder Morais (PL) também foi procurado, mas sem sucesso.

Julgamento

Perto das 12h, a ministra Cármen Lúcia votou com o relator Benedito Gonçalves, formando maioria necessária para a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com a posição, houve uma maioria de 4 a 1 para deixar o antigo mandatário inelegível.

“Estou acompanhando o ministro relator pela parcial procedência, com a aplicação da sanção de inelegibilidade ao primeiro investigado, Jair Messias Bolsonaro, e declarando improcedente o pedido em relação ao segundo investigado, Walter Souza Braga Netto”, disse Cármen Lúcia.

Logo depois, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, votou pela inelegibilidade. O ministro Nunes Marques foi contra. O placar final foi 5 a 2.

A corte acatou ação do PDT de agosto de 2022. O partido denunciou reunião de Bolsonaro, então presidente, com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho passado, para criticar o sistema eleitoral brasileiro e atacar as urnas eletrônicas.

Placar final

O placar total foi: Benedito Gonçalves (relator), Floriano Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes votaram pela inelegibilidade. Foram contrários: Raul Araújo e Nunes Marques.

O resultado deixa Jair fora dos pleitos de 2024, 2026 e 2028. O advogado do ex-presidente, Tarcisio Vieira de Carvalho, vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) após recursos ao TSE.