Pesquisa da UFG aponta que 40 porcento das amostras de álcool gel não têm composição indicada para proteger contra a Covid-19

Pesquisa da UFG aponta que 40 porcento das amostras de álcool gel não têm composição indicada para proteger contra a Covid-19

A Universidade Federal de Goiás desenvolveu um método para testar se o álcool gel 70% tem a qualidade oferecida na embalagem. Essa pesquisa mostrou que 40% das amostras analisadas em Goiás não tinham a composição que é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para proteger da Covid-19.

Foram testadas 70 amostras de marcas variadas de álcool gel vendidas em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. A análise mostrou que 28 estavam fora do padrão da OMS, que exige uma concentração de álcool entre 60% a 80% para ser eficiente na desinfecção.

O químico Leonardo Alves Carvalho Rodrigues começou o estudo em setembro do ano passado como tema de um mestrado na universidade.

“A gente criou, desenvolveu e validou a metodologia para análise do álcool gel que nos dá com bastante precisão a quantidade que tem realmente dentro de um álcool", explicou.

O professor e coordenador-geral do Lames/UFG, Nelson Roberto Antoniosi Filho explica que já existiam normas de controle de qualidade para se produzir álcool 70% em sua forma líquida, que é a mistura do etanol com água, mas ainda não havia nenhum procedimento de controle de qualidade para o álcool gel, que é o etanol misturado com água, seguido da adição do espessante.

“Se 40% dos produtos vendidos estão com conteúdo inadequado de etanol, isso significa que boa parte do nosso mercado está fornecendo à população um produto que não tem eficácia adequada para o combate à Covid", destacou Antoniosi Filho.

Agora, o químico Leonardo Alves trabalha na parte burocrática para adequar a metodologia nas normas técnicas oficiais para ser aceita pelos órgãos nacionais de saúde. "Para ser utilizada e dar maior segurança para a população", concluiu Alves.