Justiça determina que Goiânia adote medidas para proteção de animais em abrigos

Administração municipal terá 30 dias para a realização das medidas que se referem à cadastro, exames, alimentação e relatórios

Justiça determina que Goiânia adote medidas para proteção de animais em abrigos

A Justiça determinou que a Prefeitura de Goiânia implemente ações de proteção a animais que se encontram em abrigos. A medida, movida pela Rede de Proteção Animal (Rede), organização privada que atua na defesa dos direitos dos animais, foi direcionada contra o município de Goiânia e a presidência da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA).

Segundo a Rede de Proteção Animal, os abrigos da capital estão superlotados com cães e gatos mantidos em condições inadequadas, desrespeitando normas de vigilância sanitária e bem-estar animal. A entidade afirmou que há frequente falta de alimentação, medicação e cuidados básicos, resultando em brigas e mortes entre os animais. Além disso, relatou que os responsáveis pelos abrigos muitas vezes não possuem estrutura emocional ou física para cuidar dos animais de forma adequada.

Após análise do caso, a juíza Raquel Rocha Lemos, da Vara Cível de Goiânia, concedeu parcialmente o pedido de tutela de urgência, determinando que a prefeitura realize a identificação e cadastro individual dos animais nos abrigos, além de realizar exames veterinários necessários e garantir o tratamento adequado aos bichos doentes. O município também foi instruído a apresentar um relatório detalhado sobre o funcionamento dos abrigos, incluindo informações sobre a alimentação e o bem-estar dos animais.

A magistrada estabeleceu um prazo de 30 dias para o cumprimento dessas medidas, com a imposição de multa diária em caso de descumprimento. O caso seguirá seu curso, com a citação das partes envolvidas e a possibilidade de novas provas e manifestações durante o processo.

Denúncia e agressão

Nesta semana, a responsável pelo abrigo “Lar dos Animais”, no Setor Goiás Parque, em Goiânia, foi filmada agredindo uma equipe da TV Serra Dourada que gravava uma reportagem sobre supostos maus-tratos no local.

Na quarta-feira (14), Mônica Raquel publicou um vídeo em frente a uma delegacia, afirmando que estava lá para denunciar o SBT e a TV Serra Dourada, alegando que os funcionários da emissora invadiram o abrigo “para fazer filmagens sem autorização” e reuniram vizinhos em um motim, acusando o local de “matar animais”.

 

A jornalista Esthéfany Araújo explicou que, na verdade, a reportagem não abordaria apenas os casos de maus-tratos, mas também mostraria que o abrigo abriga muitos animais e não recebe apoio. A repórter negou que a equipe tenha gravado com vizinhos do local, afirmando que entrevistaram um advogado e Leilamar Santana Leite, presidente da Rede de Proteção Animal.

Esthéfany afirmou que os profissionais não entraram na chácara sem permissão, pois a gravação estava sendo feita na calçada. “Ela simplesmente chegou com o carro e jogou em cima da equipe. Moradores presenciaram e a própria imagem da câmera comprova. Ela só não me agrediu porque corri para o carro para me proteger, já que estou gestante. Mas ela bateu no cinegrafista e agrediu a entrevistada, tudo foi filmado”, relatou Araújo.