Em Goiás: Pai faz marmita e almoça com filha em praça para não correrem risco de atrasar em 2º dia de prova do Enem

Em Goiás: Pai faz marmita e almoça com filha em praça para não correrem risco de atrasar em 2º dia de prova do Enem

Estudante Amanda Kennedy Rodrigues e o pai, o marceneiro Omar Kennedy Gomes — Foto: Guilherme Rodrigues/TV Anhanguera

Neste domingo (24), o almoço da estudante Amanda Kennedy Rodrigues, de 18 anos, e do pai, o marceneiro Omar Kennedy Gomes, 49, foi especial. Eles comeram na Praça Universitária, em Goiânia, em frente ao local em que ela faz o 2º dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Omar contou que acordou cedo para preparar almoço e lanches para a filha, tudo para não se atrasarem. De acordo com o ele, Amanda está fazendo o Enem pela primeira vez e sonha em cursar medicina.

“Acordei cedo para ficar no pé dela. Ela demora para se arrumar. Estou mais ansioso que ela”, contou.

Na marmita, arroz, feijão, frango e salada. O marceneiro ainda fez uma a mais para o caso de encontrar algum aluno despreparado. O almoço do pai e da filha foi no banco de uma praça em frente à universidade onde ela fará a prova. Tudo para não correr o risco de atrasar.

Emocionado, Omar conta que a filha é motivo de muito orgulho e inspiração. Ele disse que parou de estudar no 6º ano do ensino fundamental, mas que quer fazer um intensivo para também realizar a prova e entrar em uma faculdade.

“Ela me inspira. Sempre estudou em escola pública. Agora, também quero. Voltar a estudar e, quem sabe, fazer engenharia”, contou.

Ansiedade

No segundo dia de provas, os estudantes em Goiânia chegaram preparados para enfrentar cinco horas de prova sobre ciências da natureza e matemática, mas o nervosismo estava nítido entre eles.

A própria Amanda contou que se sentia ansiosa e com medo, principalmente por não ter conseguido se preparar como gostaria devido às inúmeras dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus.

"Foi muito difícil estudar sem o contato próximo com os professores. Tirar dúvidas. Estou muito ansiosa e com medo. No último domingo eu não consegui administrar bem o tempo, mas vou lá lutar pelo meu sonho", disse.


Os portões abriram pontualmente às 11h30 no prédio de ciência sociais e da saúde da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), no Setor Universitário de Goiânia. Houve pouca movimentação de pessoas nas portas dos locais de prova.

No caso do primeiro dia do exame, 54% não compareceram aos locais de prova. Quem apresentou um atestado médico justificando a ausência no dia pode fazer o exame deste domingo e pedir reaplicação da primeira parte do teste. O prazo para essa solicitação é entre os dias 25 e 29 de janeiro e deve ser feita na Página do Participante.

Os alunos goianos avaliaram o primeiro dia como fácil e coerente. Eles também elogiaram o tema da redação, que foi “O Estigma Associado às Doenças Mentais na Sociedade Brasileira”.

Em uma visita à Goiânia durante a primeira fase do Enem, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, admitiu que houve dificuldades na aplicação da prova devido à pandemia e que os casos de alunos que foram prejudicados de alguma forma teriam a situação avaliada pelo governo.

As informações são do G1 Goiás.