Dono de supermercado, segurança e sogro de empresário são presos suspeitos de matar vendedor de frutas, em Itaguaru, Goiás

Mulher do empresário teve convulsão e não foi detida. Vereador era investigado por participação no crime, mas foi liberado pela polícia.

Dono de supermercado, segurança e sogro de empresário são presos suspeitos de matar vendedor de frutas, em Itaguaru, Goiás

 A Polícia Civil prendeu, na sexta-feira (12), os suspeitos de assassinar o vendedor de frutas Elton Geraldo da Silva, de 56 anos, morto a tiros na porta de casa por um motociclista no último dia 24 de janeiro, em Itaguaru, região central de Goiás. De acordo com o delegado Kleber Toledo, o crime foi motivado por vingança.

    “Em 2012, a vítima do homicídio havia assediado a filha de um vizinho, que na época era menor de idade. Ela veio a se casar, e o pai dessa moça e o marido dela arquitetaram a morte da vítima”, afirmou o delegado.

A jovem, atualmente com 26 anos, o pai e o marido dela, além de um segurança do supermercado do marido, que é um empresário de Itaguaru, foram indiciados pelo homicídio. De acordo com as investigações, o empresário, a mulher dele e o pai dela arquitetaram o crime e contrataram o segurança do supermercado para matar Elton.

Como os nomes dos indiciados não foram divulgados pela corporação, o G1 não conseguiu identificar se eles apresentaram defesa. Em depoimento à polícia, todos negaram participação no crime.

Um vereador da cidade chegou a ser detido suspeito de envolvimento no crime, mas foi liberado pela polícia após ficar comprovado que ele não teve participação.

Inicialmente, a polícia acreditava que a arma usada no crime havia sido emprestada pelo vereador, mas depois ficou concluído, segundo o delegado, que a arma havia sido deixada na casa dele pelo autor do crime.

    “A arma era do executor e havia sido deixada na casa dele dias antes. Momentos antes do crime, o executor foi até lá e pediu ao vereador que lhe devolvesse a arma. Quando estava deixando a casa do vereador já com a arma o executor comentou ‘vou ali matar um pedófilo’”, relatou o delegado. 

De acordo com o delegado Kleber Toledo, o executor, que é segurança do supermercado, já foi condenado por homicídio e é investigado por outros assassinatos na região. 


 As prisões e os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Itaguaru e Uruana, durante a Operação Imperium, deflagrada na sexta-feira.

A jovem casada com o empresário não foi detida, apesar do mandado de prisão temporária expedido, pois teve uma convulsão durante a operação e foi hospitalizada, segundo o delegado.

Os quatro indiciados respondem pelo crime de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e pelo emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Caso condenados, as penas podem variar de 12 a 30 anos de prisão.

De acordo com a Polícia Civil, em 2012, Elton Geraldo foi denunciado pela família da então adolescente, que afirmou que o homem mandava mensagens de celular dizendo que ela era o sonho da vida dele, que ela era muito bonita e que desejava que ela fosse a mãe de suas filhas.

    “Na época, foi feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por perturbação da tranquilidade. Ele [Elton] confessou que mandava essas mensagens, mas disse que não tinha a intenção de assediar a moça”, explicou Toledo. 

Segundo as investigações, o pai da então adolescente passou a ter ódio de Elton e, quando a filha casou, cerca de cinco anos após o suposto assédio, ele comentou sobre o assunto com o genro.

No entanto, como os indiciados não confessaram o crime, a Polícia Civil não conseguiu apurar se a morte foi arquitetada há algum tempo ou se foi decidida no dia do crime sob influência de álcool. 

Com Informações G1.