Cientistas desenvolvem exame de sangue inovador para identificar esquizofrenia

A revolução do diagnóstico de esquizofrenia pode ser uma ótima descoberta, segundo opinião dos cientistas

Cientistas desenvolvem exame de sangue inovador para identificar esquizofrenia
Exame de sangue seria capaz de identificar esquizofrenia – Foto: Divulgação/Pixabay/ND

Há décadas, a esquizofrenia tem sido um desafio para médicos e pesquisadores, com sintomas muitas vezes difíceis de detectar nos estágios iniciais. No entanto, uma recente descoberta de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Indiana oferece uma nova esperança para aqueles afetados por essa condição debilitante.

Publicado na renomada revista Molecular Psychiatry, o estudo revela um teste de sangue inovador que promete mudar fundamentalmente a abordagem no diagnóstico e tratamento da esquizofrenia.

Desenvolvido ao longo de anos de pesquisa meticulosa, esse exame tem o potencial de oferecer uma avaliação objetiva da gravidade atual da doença e do risco futuro.

Os biomarcadores identificados no sangue dos pacientes não apenas preveem a progressão da doença, mas também eventos como alucinações, delírios e hospitalizações futuras.

Essa capacidade de prognóstico oferece aos médicos uma ferramenta poderosa para adaptar os tratamentos às necessidades individuais de cada paciente, garantindo uma abordagem mais precisa e eficaz.

“Este teste representa um avanço significativo na psiquiatria de precisão. Com o apoio desta nova tecnologia, podemos oferecer aos pacientes uma esperança renovada e a promessa de uma melhor qualidade de vida”, afirma o neurocientista Alexander Niculescu, da Universidade de Indiana.

Além disso, a iminente disponibilidade deste teste pela empresa spin-out da universidade, MindX Sciences, oferece uma perspectiva emocionante para o futuro da saúde mental.

Para os pesquisadores, com uma ferramenta tão inovadora à disposição, estamos caminhando para uma nova era de diagnóstico e tratamento personalizado, onde a esperança e a cura são mais acessíveis do que nunca.

O que é esquizofrenia?

Segundo o Ministério da Saúde, a esquizofrenia é caracterizada pela dissociação do que é real e o que é imaginário por parte do indivíduo. Os delírios e alucinações podem impactar o comportamento da pessoa no dia a dia e dificultar o relacionamento interpessoal.

A OMS (Organização Mundial de Saúde), explica que a doença é a terceira causa de perda da qualidade de vida entre os 15 e 44 anos, considerando-se todas as doenças. Afeta cerca de 1,6 milhão de brasileiros que, além da doença, sofrem com o estigma.

Sintomas de esquizofrenia

Os sintomas mais graves são:

  • Eco, inserção, roubo ou irradiação de pensamento;
  • Delírios de controle, influência ou passividade, claramente relacionados ao corpo ou a movimentos dos membros ou a pensamentos, ações ou sensações específicos; percepção delirante;
  • Vozes alucinatórias fazendo comentários sobre o comportamento do paciente ou discutindo entre si, ou outros tipos de vozes alucinatórias advindas de alguma parte do corpo;
  • Delírios persistentes de outros tipos que sejam culturalmente inapropriados e completamente impossíveis (por exemplo, ser capaz de controlar o tempo ou estar em comunicação com alienígenas).

São sintomas menos graves:

  • Alucinações persistentes, de qualquer modalidade, quando ocorrerem todos os dias, por pelo menos 1 mês, quando acompanhadas por delírios (os quais podem ser superficiais ou parciais), sem conteúdo afetivo claro ou quando acompanhadas por ideias superestimadas persistentes
  • Neologismos, interceptações ou interpolações no curso do pensamento, resultando em discurso incoerente ou irrelevante;
  • Comportamento catatônico, tal como excitação, postura inadequada, flexibilidade cérea, negativismo, mutismo e estupor;
  • Sintomas “negativos”, tais como apatia marcante, pobreza de discurso, embotamento ou incongruência de respostas emocionais (deve ficar claro que tais sintomas não são decorrentes de depressão ou medicamento neuroléptico).
  • Alteração da qualidade global de aspectos do comportamento pessoal (perda de interesse, falta de objetivos, inatividade, atitude ensimesmada e retraimento social).