Censo 2022: brasileiros contam como e por que trocaram igrejas católicas pelos templos evangélicos
Quantidade de seguidores do catolicismo caiu 8,4 pontos percentuais em 12 anos.

Danielle Felipeto, de 21 anos, compartilha nas redes sociais a rotina de quem se converteu do catolicismo para o mundo evangélico. Filha de um ministro de igreja católica em Santa Catarina, com uma irmã que quase se tornou freira, aos 19 anos ela decidiu que não queria mais ir à congregação dos pais e tentaria uma novidade, a convite de um amigo. Passou a frequentar a evangélica Revival Church, na mesma cidade de Itajaí.
— Meus pais não ficavam muito felizes, claro, porque é a igreja que meu pai ministra, e é ali do lado de casa, e a igreja que eu vou é no outro lado da cidade. Mas uma coisa que eu falo bastante e que aprendi com os meus pastores é: “Procure uma igreja mais perto da sua Bíblia e não da sua casa” — disse.
A mudança, continuou Danielle, aconteceu por ela sentir uma intimidade maior com Deus dentro do igreja protestante.
— Há algumas igrejas católicas que têm o mover (do Espírito Santo), mas lá é algo mais morno. Se você for a um culto católico em uma igreja local e em uma igreja central, vai ser a mesma mensagem, porque já é pré-estabelecido o que vai ser ministrado, e isso, a meu ver, anula os movimentos do Espírito Santo. Todo culto, em todas as igrejas da região, vai ter a mesma palavra — avaliou.
A empreendedora Jaine Nery, 28, cresceu como católica, religião que adotou por influência da família. Aos 21 anos, porém, decidiu mudar para a Igreja Evangélica. Nascida na Bahia, onde ainda mora, ela frequenta a Assembleia de Deus, mas o primeiro contato com o protestantismo foi em um templo pequeno no município de Mutuípe (BA). Sentindo-se “engessada” pelos ritos do catolicismo, ela sentiu que tinha uma participação mais ativa na igreja evangélica.
— Eu não conseguia encontrar na Igreja Católica aquilo que eu procurava. Você vai, canta os louvores, ouve a palavra, mas era como se “não penetrasse”, como se não houvesse mudança, e não era aquilo que eu queria — afirmou.
— Na Igreja Católica, você não participa ativamente. Na época, eu fui até professora de catequese. Fizemos a crisma, a primeira comunhão, mas não passava disso. Então, você vai vivendo no automático. Na evangélica, não. Quando eu me converti, minha filha estava com três anos, nós duas começamos a participar ativamente dos grupos de senhoras e de crianças. Começamos a estudar a palavra e a participar de forma profunda — diz.
Jaine pontua que notou o “boom” das igrejas evangélicas no país. Segundo relata, a Assembleia de Deus Shalom, em Mutuípe, onde entrou para o universo evangélico, era um templo pequeno, mas que ganhou tamanho e força na região, principalmente depois da entrada de um fiel na política.
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